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TRANSPARÊNCIAS, Evidências da vida e da Alma 



Prefacio do livro 


ADÃO WONS, UM POETA ESTRUTURAL

                                    Teresinka Pereira
                                     Estados Unidos – USA

A temática da poesia tem sido a mesma, desde os  escritura. É formada pelos sentimentos, emoções e ansiedades humanas. O amor e a morte estão na ponta da pirâmide e não há poeta que consiga escapar de suas poderosas
garras de motivação para escrever. Igualmente o leitor busca para sua leitura alguma coisa que lhe caia bem na sua disposição sentimental e esses temas estão sempre em dia com as necessidades psíquicas. Isso faz com que o poema tenha dupla missão: a de aliviar a alma do poeta e a de enriquecer a sensação do leitor. Gabriel García Márquez dava uma terceira função à escritura: a de alimentar a sede de educação do leitor. Dizia também que a linguagem escrita, com sua dinâmica criativa, manifesta a capacidade especial de transformar nossa vida doméstica em algo poético.
A estrutura e a técnica da poesia tem entretanto, mudado com os tempos, a história da humanidade, o progresso material, a pressa de viver o máximo nos poucos anos que nos concede o planeta. A tecnologia vai ocupando menos espaço, e a produção vai se multiplicando ao infinito. O que não pode multiplicar infinitivamente é o tempo. Nosso tempo de lazer, de compartir boas idéias ou sentimentos com seres queridos vai se fazendo cada vez menos. É por isso que a estrutura da poesia tem mudado, justamente para continuar servindo
ao ser humano de uma âncora de salvação, nos momentos
de angústia. Os poetas que se adaptaram à nova estrutura do poema saem vitoriosos nesse mundo de poucos leitores. Adão Wons é um deles. Sua poesia nutre e despensa do leitor grão a grão, sem repetições viciosas nem palavras de puro recheio.
Quando ele diz:

Tudo em mim
extravasa na janela
como o doce
luar da noite.

O leitor tem na frente de si não só a paisagem ampla da noite enluarada, como também o personagem do poeta, que pode ser transformado nele mesmo (o leitor) sonhando na janela, a abertura a toda imaginação possível para que seja ele contribuinte para esta poesia cujo alicerce veio de outro poeta. O poeta argentino Julio Fernando Vassarotto diz que escrever “poesia é um ato essencialmente de generosidade, já que o poeta é atravessado por ela e cai como uma toalha na mesa servida para compartilhar.” Na verdade, o que seria a poesia sem a possibilidade de compartir? Se é um sentir feliz, pois queira o poeta que todos possam sentir assim, mesmo que seja pela imaginação de uma praia livre para desfrutar como ele:

A brisa do mar
Bate em meu rosto
Trazendo a platéia
Da vida novamente
Acordando no esplendo
Sonhos de verão

Aí está em poucos versos, só o essencial para apresentar a simplicidade da riqueza que a natureza nos oferece e que muitas vezes não podemos ver, embora estivesse ali mesmo diante de nossos olhos. Nesses versos de Adão Wons, podemos dizer que o poeta sublinha a natureza para que todos os incrédulos e cegos, possam ver. Mas atualmente com o advento da internet e da obrigação de salvar o planeta ecologicamente não gastando papel, tempo e todas as outras coisas que nos vai faltar muito em breve, a poesia tem que ser econômica, tem que ir ao grão sem gastar enredos. Daí que a estrutura do poema tem que mudar. Adão Wons nos oferece essa estrutura da poesia descascada de palavras inúteis, de recheios sem substância e questões retóricas que aborrecemos leitor. Sua poesia é a semente que pode ser plantada na alma do leitor para alimentá-lo até a satisfação do futuro. A estrutura do verso essencial não deixa de ser lírica, de ter som de canção e uma assonância moderna que evita a rima.

A única fiel a nós
é a sombra que nos
acompanha.

A poesia em poucas palavras tem a sabedoria filosófica e a modéstia da apresentação. Não é mais a função do poeta descrever paisagens da terra ou do céu. Isto é para pintor. Como diz em um curto e essencial poema a estado-unidense Mary E. Halliburton,“um artista pinta o céu./O poeta movimenta as nuvens.” Por isso que Adão Wons assim apresenta a natureza do céu e da terra em movimento com poucos e curtos versos:

Já brilha o sol
E o aroma e fragrâncias
Tomam conta dos ares
A vida se movimenta
Numa orquestra de sopros
De pássaros e cigarras
(Poema “Primavera”)


O poeta imagina a poesia e faz o leitor imaginá-la também, não só pelo que diz na poesia, como pelo que não diz. Ele age sobre o mundo e sua poesia e recupera tudo o que estamos perdendo com o tempo de viver. Com a poesia de agora e do futuro de Adão Wons, vamos a recuperar muitas coisas que a vida moderna nos está roubando.
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Por Teresinka Pereira.

Intergovernmental Organization of the Stades, Senator International Parliament for Safety Na Peace, Minister Delegate for Ohio Stades (USA), Ambassador Extraordinary and Plenipotentiary, Minister Commissioner for the Defense of Human Rights.


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